Fibrilação Atrial – Nova opção terapêutica

A fibrilação atrial é a mais freqüente arritmia paroxística. A prevalência de fibrilação atrial é de 0,4%, sendo responsável por 180 000 casos de hospitalização por ano, nos Estados Unidos. A incidência de fibrilação atrial aproximadamente dobra a cada década; em faixas etárias variando entre 55 a 64 anos dois a três novos casos por 1000 habitante ocorrem por ano, a passo que entre 85 e 94 anos 35 novos casos por 1000 habitantes ocorrerem anualmente. A arritmia pode ser um fator de risco independente para morte, com risco relativo maior para mulheres. A complicação mais temida da fibrilação atrial é o fenômeno tromboembólico. O comprometimento da qualidade de vida em portadores de fibrilação atrial assemelha-se ao de pacientes com doença cardiovascular severa.

A fibrilação atrial ocorre geralmente associada a alguma doença cardíaca, aumentando a morbi-mortalidade desta patologia. O termo fibrilação atrial isolada é utilizado quando a arritmia ocorre na ausência de hipertensão arterial e/ou doença cardíaca. A reversão da fibrilação atrial ao ritmo sinusal pode ser feita: (1) por drogas antiarrítmicas, (2) por cardioversão elétrica (3) pela técnica cirúrgica MAZE que não é amplamente utilizada devido sua complexidade, risco de sangramento e adicional tempo operatório.

A ablação da fibrilação atrial é uma nova proposta terapêutica. Como o foco ectópico geralmente localiza-se próximo as veias pulmonares a ablação da fibrilação atrial é feita por aplicação de radiofreqüência que provoca o isolamento elétrico das veias pulmonares. Este procedimento preveni a recorrência de fibrilação atrial e melhora a qualidade de vida (Heart 2001;86:167-171), devendo ser indicado para pacientes muitos sintomáticos, com episódios freqüentes e em refratários a terapia farmacológica.. Todavia, aplicações repetidas podem promover estenose das veias pulmonares e este procedimento deve ser realizado em centros com experiência.

No Instituto do Coração (InCor – HC/FMUSP) a Unidade Clínica de Arritmia no período de Janeiro de 2000 a Julho de 2001, sob coordenação do Prof. Dr. Eduardo Sosa, já realizou 90 procedimentos de ablação da fibrilação atrial com resultados semelhantes ao relatados na literatura.


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