"Home Care" (Assistência Domiciliar)
Historicamente, o serviço de "Home Care" surgiu para atender paliativamente os doentes que apresentavam patologias crônicas e tratamentos de longa duração, com necessidade de cuidados permanentes. O custo hospitalar das internações e o declínio da qualidade dos serviços de saúde pública foram os fatores responsáveis pela necessidade de formar o "Home Care" na década de 80. A experiência mundial do serviço médico domiciliar tem mostrado redução do risco de infecção hospitalar, manutenção do convívio familiar e redução no número e no custo de internações. No Brasil, os serviços de "Home Care" iniciaram há duas décadas em hospitais públicos. Na década de 90, serviços de empresas de iniciativa privada foram criados.
Os serviços de assistência domiciliar da rede pública funcionam em hospitais escolas ou em centros de saúde, ainda de forma precária, devido à falta de recurso humano e de materiais necessários ao seu funcionamento. No Instituto do Coração (InCor-HC/FMUSP), os pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde são encaminhados para o NADI (Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar) do Hospital das Clínicas, criado em abril de 1996. A assistência do NADI possibilita atender no domicílio pacientes portadores de patologias crônicas, sequelares, com internações prolongadas ou com reinternações freqüentes. Os pacientes admitidos pelo NADI devem seguir os seguintes critérios: (1) ser pacientes do Complexo HC/FMUSP; (2) dispor de cuidador no domicílio; (3) ter uma moradia com condições mínimas para assistência domiciliar, dentro do perímetro de 15 Km de distância.
A rede de assistência médica hospitalar privada presta serviço, principalmente a empresas de grande porte como AMIL, Golden Cross, Sul América e etc. Empresas públicas e de economia mista como Banco do Brasil, Caixa Econômica, CESP (Companhia de Energia Elétrica de São Paulo) e Petrobrás, também oferecem o serviço terceirizado aos seus associados. Os pacientes conveniados constituem o maior volume de encaminhamentos para o "Home Care". A avaliação do paciente e da família é feita por uma equipe multidisciplinar constituída de médico, enfermeira, nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga e assistente social. Antes da implementação do serviço a equipe avalia condições clínicas do paciente, as condições de moradia, a situação socioeconômica familiar, assim como aceitação do paciente e da família em receber o serviço. Um dos fatores mais importantes para viabilização do tratamento domiciliar é a presença do cuidador. O papel do cuidador (familiar ou não) é especial, uma vez que ele estabelecerá o contanto mais próximo com o doente. Ele precisa estar ciente das variações do estado físico e psíquico do paciente, para preserva-lo das complicações. A equipe multidisciplinar deve sempre estar atenta ao tipo de atenção prestada ao paciente, para que a continuidade do tratamento médico ministrado no hospital seja adequada.